quinta-feira, 25 de junho de 2009

Contos fantásticos - você já os leu?

  • O que é um conto fantástico?
Os contos fantásticos mostram um mundo irreal, situações improváveis, ações que transpassam a realidade e que vão além do humano. Falam de uma situação que comumente não poderia ser vista nem vivida. Em alguns casos, nem ao menos se desejaria viver.
Há presença de magia e de acontecimentos absurdos ao longo da narrativa, se misturando aos fatos normais, corriqueiros, como se fizessem parte de uma rotina comum. Não é difícil encontrarmos seres mágicos ou situações em que um mero mortal "normal" seria testado ao limite da sanidade mental e da capcidade física.
Na maioria das vezes o herói possui um caráter excepcional, contudo, precisa vencer o inimigo que se mostra mais forte do que ele ou poderoso demais para ser vencido com as forças físicas. Nesta hora, surge um ser ou um objeto provido de poderes extraordinários que ajuda o herói a derrotar o mal. As características humanas, fraquezas e defeitos e os limites físicos e emocionais, no entanto, não desaparecem do protagonista - aproximando-o do leitor.
A grande diferença entre o conto fantástico e os outros tipos de produção literária, como a fábula, por exemplo, está na presença do fator mágico, da magia , do sobrenatural que envolve as personagens principais e que dá o desfecho da história.
  • Agora, leia o conto abaixo e veja se encontra nele alguma característica que o torne um conto fantástico.
O OVO COM SOLENIDADE
(GOMES, Duílio. “O Ovo com Solenidade”. IN: Os Melhores Contos Fantásticos. Org. COSTA, Flávio Moreira da. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2006. p.693-95)

O cego estava quebrando o ovo para fazer omelete quando o porco entrou na cozinha. Sentiu-o aos seus pés; em silêncio, cheirava os seus pés. O cego estava de sandálias e a saliva do porco era uma coisa quente e líquida molhando o seu calcanhar direito. Os músculos do cego se retesaram. Sua mulher e sua filha haviam saído. Elas sabiam do grande medo que ele tinha de porcos e por isso os trancavam no chiqueiro.
O cego percebeu, dentro da névoa do seu medo, que eles haviam arrebentado as tábuas podres do chiqueiro e saído. A mulher já o havia advertido: “As tábuas do chiqueiro estão podres. Precisamos trocá-las.” Eram três porcos gordos e espremidos no chiqueiro cujas tábuas iam apodrecendo debaixo das chuvas e dos carunchos. Viviam alucinados pelo calor, engordando e envelhecendo com as moscas que lhes trepavam nos lombos.
O cego estava sempre adiando a data de matá-los – esperava uma visita importante qualquer. Já não sabia há quanto tempo eles estavam em sua casa. Só sabia de sua aversão por eles e de uma iminente visita importante, quando então os mataria. Havia deixado a casca do ovo cair no chão e o porco agora a comia. Pelo menos enquanto ele come não se lembra de mim, pensou.
Os velhos e agudos dentes, apesar de velhos, rasgariam a carne de suas pernas como se elas fossem manteiga. Tinha tanto medo do porco morder as suas pernas que elas não obedeciam ao seu intenso desejo de correr, e permaneciam fincadas no chão, expostas aos agudos dentes velhos do porco que agora, pelo silêncio, o cego sabia ter terminado de comer a casca do ovo e começava a cheirar o ar com seu largo, sujo e enrugado focinho de porco velho.
As tábuas da escada que dava do quintal para a cozinha rangeram. Estão subindo outros, pensou o cego e o seu terror nesse momento foi tão intenso que ele sentiu, no escuro poço de sua vertigem, as pernas bambearem. Não posso cair, murmurou, não posso cair.
Como um soco em sua memória, o aviso da mulher: só chegaremos à noite. Haviam saído, ela e a filha, para visitar uma parenta doente e o cego se rendeu, subitamente, à dolorosa realidade – ter de permanecer durante longo tempo como um monumento lívido e frágil em meio aos porcos. Eles agora rodeavam as suas pernas, grunhindo. Misturado aos seus roncos, que ecoavam na cozinha como a nota mais grave de um instrumento de sopro, o cheiro enjoativo do ovo sobre o prato.
O cego lembrou-se, com uma ponta de desespero, da omelete que nunca comeria e então fez o gesto que talvez o salvasse da fome e do ódio dos seus porcos: com as mãos trêmulas derramou o ovo no chão. Foi um gesto mecânico tateante mas que inaugurou nele uma certa paz – os porcos lambiam o ovo no chão e isso era a trégua; enquanto eles se alimentavam não se lembrariam de suas pernas.
Sua mulher tinha o costume de deixar os mantimentos sobre a pia, na frente da qual se encontrava, e ele tentava agora localizá-los. Sabia que a menina havia feito a feira naquela manhã e que enquanto entregava os mantimentos para a mãe, ia nomeando-os. Estava tudo na sua frente, além do vácuo negro dos seus olhos. Precisava detectar os mantimentos e com eles saciar a dura fome dos porcos.
Apalpando a superfície úmida da pia, seus dedos tocaram num objeto morno. Era um objeto morno e redondo, com uma haste encimando-o. Abóbora, pensou, e puxou-a pela haste. O ruído seco da abóbora caindo no chão foi o ruído de uma abóbora que se partia e que se ofertava, amarela e luminosa, à avidez dos porcos.
O ruído que se seguiu ao da abóbora se partindo foi o ruído dos porcos mastigando. Mastigavam com pressa e grunhiam. Havia satisfação nos seus grunhidos. O cego, então, com uma escura dificuldade, foi localizando e atirando ao chão o arroz, os quiabos, a couve, até que, não encontrando mais nada para atirar, escutou: a bolha de saliva arrebentando.
Pelo denso silêncio que subia do chão ele entendeu que a bolha de saliva fora o final do festim. Entendeu também, com a profunda e mágica percepção dos cegos, que os porcos ainda não estavam saciados. E que o rodeavam, pensativos, os olhos fixos em suas pernas.

10 comentários:

  1. Cavaleiros de armadura

    Era uma vez dois cavaleiros que amavam passear na floresta.Eles moravam em um lugar chamado Esmeralda,o nome foi escolhido por conta que em lugares poderia ser encontrados esmeraldas de grande valor.
    Porém essas esmeraldas estavam desaparecendo rapidamente. Um certo dia ao passear pela floresta, encontraram um velhinho que os convidou para irem a sua casa,que não ficava muito longe dali.Ao chegarem o velhinho contou uma lenda da cidades,que dizia que se dois cavaleiros de armaduras conseguissem lutar contra um dragão e o matar, todas as esmeraldas da cidade voltariam a aparecer.
    Desse modo os dois cavaleiros foram ao encontro do dragão, com a intenção de derrotá-lo. No meio do caminho encontraram o enorme dragão expelindo fogo na floresta.Então os cavaleiros foram a luta, porém o dragão indagou:
    __ O que vocês querem comigo? Vieram para me matar?
    Um cavaleiro respondeu:
    __Sim pois você é o culpado do desaparecimento das esmeraldas da minha cidade.
    Então respondeu o dragão:
    __ Não,não sou eu,estou aqui por obrigação.
    __ Então quem o enviou aqui?_ perguntou um dos cavaleiros.
    __ foi o feiticeiro,ele faz com que as esmeraldas sejam transferida para o seu castelo.
    Os jovens cavaleiros,preocupados com a situação,foram ao encontro do feiticeiro.
    Ao chegarem lutaram contra ele,e descobriram como desfazia o feitiço.Depois de muita luta,
    Conseguiram derrotar o feiticeiro e finalmente ter as esmeralda da sua cidade.


    aluna: Lais janine
    Turma medio agropecuaria manhã.

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  2. Muito bem, Laís! Enquadrou seu conto no lugar específico! Parabéns pela criatividade!
    Beijão!

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  3. O Menino de Rua e o Pão

    Era um Menino de rua como qualquer menino de rua: pequeno, Sujo e muito triste com sua vida. Não demonstrava sentimentos; apenas andava pela rua e pedia esmola sobre a calçada.

    Um dia um magico, já com seus muitos anos de idade, viu o faminto menino passando e tomou uma atitude espontânea: resolveu transformar um pedaço de folha de alface em um pão e colocou sobre o balcão onde trabalhava.

    O menino olhou, analisou, pareceu pensar. Então, comeu o Pão e foi embora.

    No dia seguinte, exatamente no mesmo horário, o menino passava por aquele rua novamente. O magico, mais uma vez, fez a mágica e deu-lhe o pão. O Menino olhou, analisou e comeu.

    No próximo dia, outro pão, outra olhada, outra comida. E, nessa rotineira, seguiram os dias.

    Dentro de duas semanas, o pobre magico faleceu. Seu neto, que sempre via o que o avô fazia, resolveu continuar com a rotina, foi na padaria e comprou um pão: esperou o menino passar naquele dia e, colocou no balcão.

    O Menino olhou, analisou, pareceu pensar. E foi embora sem tocar no pão.

    Ainda que o menino gostasse do pão — e estivesse com muita fome — , ele dava valor realmente àquele que o alimentava todos os dias.


    Por: Juninho ( Pedro Antônio )


    Médio Integrado Agropecuária "M"

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  4. O SONHADOR

    Era uma vez um menino que sonhava coisas impossíveis. O nome dele era Sonhador.
    Sonhador havia nascido no país mais pobre da África, um país chamado Pobrelândia, que era ignorado por todas as autoridades do mundo,talvez pelo retorno a um pensamento antigo de que era o destino a pobreza daquele país.
    Pobrelândia era castigada diariamente por tempestades, furacões, pragas e doenças. E ninguém nunca pensava em relacionar tais fatos à destruição do ecossistema. Assim, Pobrelândia era realmente considerado "o fim do mundo". Mas foi nessa terra de tanta pobreza que nasceu o menino chamado Salvador Sonhador da Silva.
    Desde pequeno, Sonhador era gozado pelos amigos por ter um nome tão estranho. Mas a mãe dele sempre dizia que o seu nome possuía um significado muito importante.
    O menino era um verdadeiro sonhador e sonhava que um dia mudaria tudo aquilo de ruim em seu país. Um sonho impossível talvez para muitos, mas não para aquele garoto.
    Um belo dia, ou na verdade um mau dia - pois sempre na Pobrelândia o dia era ruim - Sonhador foi tomar banho no rio e se afogou.
    Três dias depois, sua mãe encontrou seu corpo no rio e se impressionou com a conservação do cadáver. O corpo de Sonhador brilhava como o sol e de repente ele acordou, se levantou e pediu para que os pescadores jogassem as redes na água.
    Do nada, milhares de peixes apareceram. E Pobrelândia se tornou um grande pólo pesqueiro e ninguém mais passou fome no país.

    (André Luís Nunes - Médio Integrado Agropecuária Manhã)

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  5. Foi curioso o conto de Pedro Antônio: fugiu da linha dos demais. Ousado. Gostei.
    E André - sempre calado nas aulas - está de parabéns por expressar tamanha criatividade.
    Parabéns, meninos!

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  6. Este é o conto feito por MARÍLIA BERNARDINO, da turma de Agropecuária Tarde:

    AMOR AMIGO

    Em um reino encantado morava um príncipe moreno, alto, de belos olhos verdes. Encantava a todos do reino por sua beleza, amor pelo povo, carinho e atenção com que tratava a todos. Chamava atenção das mulheres por onde andava.
    Ele precisava se casar com uma mulher de sua linhagem real, pois já era tempo de se tornar rei. Mas o coração do príncipe já tinha uma dona.
    Ele amava uma mulher que era sua amiga de infância, a Mariana. Ele a amava em segredo, sem saber que ela também o amava e mantinha o mesmo segredo.
    Apesar de se darem muito bem e de estarem sempre juntos, eles não arriscavam a falar sobre seus sentimentos com o outro.
    O casal de amigos gostava de passear na Floresta do reino, lugar preservado, que tinha um valorizado ecossistema.
    Em um desses passeios, o príncipe se encheu de coragem e declarou seus sentimentos para Mariana, sem imaginar o que viria a seguir. Para sua surpresa, Mariana deu um lindo sorriso e disse que sentia o mesmo por ele, e há tempos!
    Ele a pediu em casamento e ela aceitou prontamente.
    Casaram-se, tornaram-se rei e rainha e nunca mais deixaram de demonstrar o amor que sentiam um pelo outro.

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  7. Apesar de ser um típico conto de fadas, atendeu aos pré-requisitos da atividade. Demonstra também sua visão romântica da realidade. rsrs.
    Abração!

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  8. Ops, cometi um erro na identificação de Marília Bernardino: ela é da turma do matutino de Agropecuária, e não da turma da tarde... Perdão, Marília! Erro corrigido!
    "MARÍLIA BERNARDINO - AGROPECUÁRIA MANHÃ"

    Bjos

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  9. O aluno VINÍCIUS, da turma de Agropecuária da Manhã, criou o seguinte conto fantástico:

    O FEITIÇO DO CASTELO DE OURO

    Era uma vez um pequeno príncipe que morava no lindo castelo de ouro.
    Seu reino era muito feliz, porém um rei inimigo de seu pai lançou um feitiço no castelo, tornando as pessoas tristes e sem esperança de futuro. Para reverter o feitiço, o pequeno príncipe tinha que se casar. Só havia um problema: ele era jovem e nunca tinha se apaixonado por ninguém!
    Preocupado com seu povo, o príncipe saiu à procura de uma esposa. Andou por muitos dias, viu terras devastadas, poluição, destruição. Aquilo o entristecia muito. Entendeu que a vida passava depressa. começava a perder esperança de futuro também, mas continuou sua busca.
    Numa parada para um descanso, ele encontrou uma moça muito triste e feia.
    O príncipe, que era muito bom, conversou carinhosamente com ela e deu-lhe um respeitoso beijo de despedida. De repente, ela se transformou em uma bela princesa, por quem ele se apaixonou.
    Eles casaram-se. O feitiço foi quebrado e o povo do reino voltou a ter alegria e esperança. E todos viveram felizes para sempre, cuidando mais ainda da natureza pra garantir um bom futuro para todos.

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  10. Olá, Vinícius. Seu conto também atendeu aos requisitos da atividade proposta. E também demonstrou uma natureza romântica. Parabéns.

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