sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tragédia de amor!

Vicenza era uma cidade pacata, tranquila e de poucos habitantes, um lugar chuvoso, onde tudo estava sempre verde. Neste cenário nascera uma criança chamada Rannayra, filha de seu Apogeu e de Dona Estela.
Aos oito anos, a menina Rannayra já demonstrava beleza interior e exterior, possuía um grande coração, mas ainda não sabia nada sobre a vida. Aquela menina foi crescendo e se tornando uma bela moça, com olhos castanhos, cabelos escuros e longos, lábios grandes e de um corpo invejável.
Até os dezessete anos ela desconhecia todo o mundo com suas maldades e malícias, vivia sozinha, estudava com sua mãe em casa, era uma boa menina e não tinha amizades.
Um belo dia, Rannayra saiu com sua mãe para fazer compras quando conhece Narciso, um jovem que acabara de chegar da Plária, a cidade vizinha e foi amor à primeira vista. Ela era muito inocente, não sabia o que era amor, mas sentia vontade de retornar àquele lugar, e cada vez mais ela perdia a noção do tempo, não queria mais estudar e ficava com a imagem daquela face, de pele branca, olhos arredondados, ficava confusa com tudo aquilo. A pobre menina não sabia o que estava acontecendo, pois nunca havia sentido aquilo e ela sempre voltava àquele lugar, olhava pra aquele belo rapaz, seu coração batia descompassado, o seu sorriso travesso havia despertado em Narciso o amor, o mais nobre e puro dos sentimentos.
Então numa das vezes que Rannayra foi lá, ele deu um jeito de afastar a mãe da menina e, sem que ninguém percebesse, sussurrou baixinho no seu ouvido:
– Não sei quem tu és, nem qual é o teu nome. Diga-me bela moça, qual o teu nome, isso já me deixaria feliz.
– Me chamo Rannayra. E quem tu és? Qual é teu nome?
– Teu nome é tão lindo quanto você, confesso que eu nunca vi sorriso tão lindo, eu estou apaixonado por você e sempre que tu vens aqui, meu dia já fica mais colorido; e quando tu não vens, o mundo fica cinza. Ahh...,quem eu sou?! Eu sou aquela musica que você gosta de cantar, eu sou teus olhos ao ver o luar, eu sou as estrelas disfarçadas a te olhar de longe, mas eu queria ser a brisa, para tocar seus lábios, a roupa para tocar seu corpo, o meu nome é Amor...
E Rannayra foi embora sem saber qual o nome daquele rapaz, com todas aquelas palavras bonitas ecoando na sua mente, deslumbrada e ainda mais apaixonada.
Ao chegar a sua casa ela perguntou a sua mãe:
– Quem é amor?
– Quer saber o que é amor? Amor não se explica, apenas se sente, vem de dentro de nós. Não tem definição, é abstrato, é confuso, é louco, é perigoso. Muitas vezes machuca. É apenas amor.
E a menina não se contentava com aquilo.
– Como pode uma pessoa se chamar amor?!
E ela, mais uma vez, foi ao encontro de Narciso. Só que desta vez ele não se contentou e beijou-a, e começaram um romance. E sempre ele falava palavras belas ao seu ouvido, de um amor eterno, quando ela se entregou de corpo e alma a seu amado.
Rannayra já não conseguia viver sem Narciso, mas numa bela tarde ela recebeu a notícia que teria que ir pra outra cidade bem longe, pois aquele lugar verde e chuvoso estava tão seco, já não estava possibilitando seus pais a trabalhar, já que viviam do plantio e os animais estavam morrendo com a seca. Era tão difícil pra ela se despedir de seu amor, ela preferia morrer ao ter que ficar longe.
Sua mãe que já havia desconfiado de tal comportamento de sua filha, descobre o romance dos dois, e não aceita a filha ter se entregado tão cedo, ela acreditava que a filha pudesse fazer alguma loucura, e resolveu que iria separar os dois.
A garota foi se despedir:
– Trago-te uma notícia não muito boa.
– Diga-me antes que o meu coração pare de bater, antes de saber o que vai me dizer, porque não aguento tal notícia ruim vinda de você...
– Amor, eu vou morar longe, eu irei partir, antes que o sol se ponha eu já estarei em outra cidade, além disso, minha mãe descobriu sobre nós dois. Mas saiba que meu coração é e sempre será teu, meu amor. Você me faz viver, você me faz tão bem, eu não imagino você longe de mim, mas agora eu preciso ir, antes que percebam minha ausência. “Não sei se a morte é maior que a vida, mas sei que o amor é mais do que ambos.” Não se esqueça de mim, nunca!
– Eu prefiro morrer ao ter que ficar longe de ti. Eu te amo muito, por favor, não se vá.
E Rannayra partiu para cidade grande, deixando Narciso.
E ele continuou a viver naquela cidadezinha, mas já não tinha ânimo pra viver, já não ia mais ao trabalho, não comia, e se passaram 3 anos e nada da Rannayra voltar.
Ele sempre escrevia poemas para sua amada, mas agora não tinha como entregar e isso deixava-o com o coração partido, quando escreveu seu último bilhete:
”Minha Rannayra,
Sei que até hoje não sabes meu nome, me chamo Narciso, mas prefiro que me chame de amor, pois não há significado maior que este, além de não haver descrição, eu estou vendo minha morte por estar longe de ti. Já não sou como era antes, pois você era minha vida. Mas lembre-se:’’Eu sou tudo aquilo que você vê e um pouco mais,eu sou aquilo que o seu coração guardou de mim...’’
E quando eu já tiver partido para não mais voltar, esperarei você lá de cima, pois o amor não tem limites. Eu te amo para sempre. E que como palavras ao vento eu chegue até você, com palavras pequenas, palavras ingênuas, apenas palavras de sentimento.”
E naquele momento, ao terminar de escrever, Narciso faleceu.
Enquanto isso, Rannayra estava na cidade grande, mas nunca havia se interessado por outro homem, e não via a hora de voltar à Vicenza.
No dia do enterro de Narciso, Rannayra volta à Vicenza, vinha feliz, não via a hora de ver seu amor, quando de longe vê aquele tumulto, aquela multidão. Ela foi se aproximando, e ao chegar, vê seu amor sobre um caixão, com fisionomia de tristeza. Seu coração desfalece.
E entregam a ela o bilhete, então ela começa a se derreter em lágrimas e não sabe o que fazer.
Quando todos se vão, ela permanece em cima do túmulo e mesmo chovendo ela chora e pede a morte a Deus.
Mas ela continuou a viver, mesmo sabendo que nunca mais encontraria um amor igual àquele. Por ser muito bonita e chamar a atenção dos rapazes, mudou totalmente, ficou dissimulada, ousada, e pra se sentir desejada ela fazia coisas sem sentido, já que quem ela queria não estava mais na terra, ficava com um e com outro, mas nada sério, não queria falar em casamento, era apenas diversões, para ela continuar vivendo ,até que o dia da sua morte também chegasse. Ela continuou assim, mas vivia com um vazio dentro do peito, sabia que nunca iria ser feliz com outro alguém, pois o amor só acontece uma vez na vida e tudo que é realmente nosso,nunca se vai para sempre.

Eloisa Freire - 1º Ensino Médio Informática 2010

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